Os dados existentes sobre ocorrência de fogo em povoamentos florestais no Brasil são incompletos, se bem que informações obtidas entre 1983 e 1987 possam dar uma idéia do perfil dos incêndios florestais no país. Naqueles 5 anos, 1.110 incêndios destruíram aproximadamente 50.523 ha de florestas plantadas, uma média pouco acima de 10.000 ha/ano. Considerando o total da área relorestada no país, aproximadamente 6.000.000 ha, os incêndios destruíram em média cerca de 0,17 % da superfície reflorestada a cada ano, número considerado alto, pois o ideal seria em torno de 0,05 %. Na realidade, a porcentagem destruída deve ter sido um pouco maior, pois nem todos os incêndios foram devidamente registrados e informados. As plantações de Eucalyptus spp no país, que representam cerca de 60 % do total, foram também as mais atingidas pelo fogo, com cerca de 77,2 % das ocorrências e 89,0 % da área queimada; as plantações de Pinus spp apresentaram 18,4 % das ocorrências e 10,6 % da área queimada e as demais espécies plantadas concorreram com 4,4 das ocorrências e 0,4 % da área queimada. A principal causa dos incêndios foi “queimas para limpeza” (33,6 % das ocorrências e 63,7 % da área queimada), seguida de “incendia-rios” (29,8 e 14,7 %, respectivamente). Os raios, única causa não humana, foram responsáveis por 2,1 % dos incêndios e 0,2 % da área queimada. Cerca de 82,8 % dos incêndios, correspondendo a 97,3 % da área queimada ocorreram nos 6 últimos meses do ano, com um pico entre agosto e outubro. Minas Gerais foi o estado que apresentou maior número de incêndios (25,3 % das ocorrências) e maior área queimada (43.5 % do total do país).
ln Brazil, as in many other countries, wildfires are a threat to forestry plantations. Even though data ou forest fire occurrence is sparse and incomplete, it is well known that the 1963 fire that bumed around 10 % of the state of Paraná destroyed about 20,000 ha of planted forests, practically all that existed at that time. That particular fire is considered the landmark of forest fire science in Brazil. From that date on, more attention was given to the fire problem. However, the oldest fire statistics in the country date from 1965, when “Klabin do Paraná”, a pulp company, started to record all fire occurrences within its 145,000 ha “Monte Alegre” forest farm. Despite the lack of complete statistics, data obtained from a survey carried out between 1983 and 1987 give a good idea about the fire profile in the country. In that 5 year period, 1,1 10 recorded and reported tires bumed approximately 50,523 ha of forestry plantations, an average slightly over 10,000 ha/year. Considering the total reforested area in the country to be approximately 6 million ha, wildfires bumed about 0. l 7 % of the planted area every year. ln fact, the annually bumed area must be higher, because not all fires were reported. Eucalyptus spp forests, representing nearly 60 % of the total planted forests in Brazil, accounted for about 77.2 % of the number of fires and 89.0 % of the burned area; Pinus spp forests aceounted for 18,4 % of the oecurrences and 10.6 % of the bumed area, and other species, 4.4 and 0.4 %, respectively. The leading cause of fires was “debris burning” (33.6 of the tires and 63.7 % of the burned area), followed by “ineendiaries” (29.8 % and 14.7 respectively). Lightnings accounted for 2.1 % of the fires and 0.2 % of the burned area. About 82.8 % of the fires, accounting for 97.3 % of the burned area occurred in the last 6 months of the year, with a peak between August and October. Minas Gerais was the leading state, both in number of fires (25.3 %) and burned area (43.5 % of the country's total). The efficiency in forest fire control, except for some well organized forest companies, when compared to other countries with similar level of silvicultura! development, like Chile, Spain, and South Africa, for instance, still shows a need f or performance improvement.
