As diferentes condições de estabelecimento das plantas como a disponibilidade de água, intensidade luminosa, sombreamento em fragmentos preservados diferem das condições de áreas antrópicas. Em ambientes secos, a cobertura herbácea predomina na re-colonização de áreas desmatadas, podendo funcionar como um bom grupo biológico para avaliar os impactos das mudanças da heterogeneidade de habitats no processo de resiliência de florestas secas. Diante disso, objetivou-se avaliar se a regeneração natural do estrato herbáceo em dois microhabitates (trechos expostos à luz direta e a luz difusa) diferia entre áreas preservadas e antropizadas da caatinga e descrever como isso ocorre. O estudo ocorreu no semi-árido brasileiro (caatinga) em áreas preservada e antropizada, onde foram estabelecidas 50 parcelas de 1 m2 por área, sendo 25 alocadas no microhabitat denominado luz direta e 25 no microhabitat denominado luz difusa, foram avaliadas a densidade, altura, número de indivíduos vivos, número de indivíduos mortos e produtividade de frutos de cada espécie. As espécies herbáceas selecionadas para o estudo foram Delilia biflora (Asteraceae), Gomphrena vaga (Amaranthaceae) e Pseudabutilon spicatum (Malvaceae), houve diferença significativa entre áreas preservada e antrópica e entre microhabitates de luz direta e difusa quanto à densidade e sobrevivência apenas para as duas primeiras espécies. A produção de frutos foi maior na área preservada para as três espécies. O estudo conclui que: 1. o efeito da existência de microhabitates com luz direta e luz difusa em áreas preservada e antrópica depende da espécie considerada; 2. as populações sensíveis à variação da intensidade luminosa apresentam diferenças quanto ao número de indivíduos, altura e produção de frutos das plantas; 3. a resiliência de áreas antrópicas de ambientes semi-áridos pode ser caracterizada pela existência de heterogeneidade espacial quanto a emergência e sobrevivência de plântulas herbáceas, sugerindo que a regeneração de áreas antrópicas possa ocorrer por manchas.
The different conditions for the establishment of plants such as water availability, light intensity, shading preserved fragments differ from the conditions of anthropogenic areas. In dry environments, the herbaceous cover predominates in the re-colonization of deforested areas, can act as a good group to evaluate the biological impacts of changes in habitat heterogeneity in the process of resilience of dry forests. Therefore, the objective was to evaluate whether the natural regeneration of the herbaceous layer in two microhabitat (parts exposed to direct sunlight and diffuse light) differed between preserved and disturbed areas of scrub and describe how this occurs. The study took place in the semi-arid (caatinga) in preserved and disturbed areas, where they were established 50 plots of 1 m2 in area, with 25 allocated in microhabitat called direct light and 25 in microhabitat called diffuse light, we assessed the density, height , number of living individuals, number of individuals killed and fruit yield of each species. The herbaceous species were selected for study Delila biflora (Asteraceae), Gomphrena vaga (Amaranthaceae) and Pseudabutilon spicatum (Malvaceae), significant differences between areas and between preserved and anthropogenic microhabitat of direct and diffuse light in terms of density and survival only for first two species. Fruit production was higher in the area preserved for the three species. The study concludes that: 1. the effect of the existence of microhabitat with direct light and diffuse light in areas preserved and anthropogenic depends on the species considered, 2. populations sensitive to variation in light intensity vary in the number of individuals, height and fruit production of plants 3. resilience in areas of anthropogenic semi-arid environments can be characterized by the existence of spatial heterogeneity on the emergence and survival of herbaceous seedlings, suggesting that regeneration areas can occur by anthropogenic spots.
