Biblioteca Florestal
Digital

Entre a invenção da tradição e a imaginação da sociedade sustentável: estudo de caso dos fundos de pasto na Bahia

Mostrar registro simples

dc.contributor.advisor Bursztyn, Marcel
dc.contributor.author Ferraro Júnior, Luiz Antonio
dc.date.accessioned 2014-05-26T11:54:54Z
dc.date.available 2014-05-26T11:54:54Z
dc.date.issued 2008-12-15
dc.identifier.citation FERRARO JÚNIOR, L. A. Entre a invenção da tradição e a imaginação da sociedade sustentável: estudo de caso dos fundos de pasto na Bahia. 2008. 484 f. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Sustentável - Política e Gestão Ambiental) - Centro de Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília, Brasília. 2008. pt_BR
dc.identifier.uri http://www.bibliotecaflorestal.ufv.br/handle/123456789/8853
dc.description Tese de doutorado defendida no Centro de Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília pt_BR
dc.description.abstract Os fundos de pasto eram apenas áreas não cercadas de Caatinga, utilizadas para pastoreio comunal. Este padrão de ocupação que se desenvolveu em todo semi-árido nordestino foi progressivamente usurpado em um processo similar aos enclosures ingleses. Na Bahia, com os avanços sobre essas áreas a partir da década de 1970, houve articulações regionais e apoios institucionais que estimularam resistências diversas. “Fundo de pasto” passou a designar não só as áreas, mas os grupos sociais que os defendiam por deles depender. O termo fundo de pasto, antes regional, generalizou-se por todo o estado, principalmente após sua citação na constituição baiana. Os processos de acúmulo de forças e reconhecimento destes grupos sociais como população tradicional caminharam em paralelo. Fundos de pasto foram inventados como tradição, estratégia e oportunidade que fortaleceram a capacidade de proteger o domínio sobre a terra ocupada. A força desenvolvida pela categoria atrai toda a diversidade de comunidades que fazem uso comunal de terra na Bahia. Há uma diversidade que se abriga sob uma unidade pretensamente homogênea de comunidades sertanejas, coesas e caprinocultoras. Movimento, Estado e instituições afins aportam soluções que não se aplicam à realidade. As imagens obnubilam a realidade e as práticas e discursos produzidos a partir dessas imagens autonomizam-se. A sustentabilidade, além de ser um termo meramente incorporado ao discurso, pode contribuir para orientar leituras da insustentabilidade. A sustentabilidade poderia ser percebida como um bodecervo, um zero filosófico que facilita a construção coletiva de uma imagem ainda não formulada, mesmo que se parta de fragmentos daquilo que é entendido como sustentabilidade. A construção de novas imagens, novos discursos e novas práticas não ocorre no vazio, o coletivo dos fundos de pasto pode imaginar-se como sociedade sustentável a partir de um magma de significações próprio. Para tanto, a capacidade de diluir as imagens enrijecidas, os discursos e as práticas salvadoras exigiriam novos esforços coletivos. Esta construção é dificultada pela acomodação com as imagens vigentes, apesar do mal-estar frente à flagrante inadequação das mesmas e das soluções produzidas a partir delas. A possibilidade da instituição imaginária dos fundos de pasto como sociedade sustentável fica latente enquanto as forças da insustentabilidade avançam. pt_BR
dc.description.abstract Los fondos de pasto eran solamente áreas no cercadas de Caatinga, utilizados para pastoreo comunal. Este padrón de ocupación de la tierra, desarrollado en el noreste semiárido de Brasil, fue usurpado gradualmente en un proceso similar a los enclosures ingleses. En Bahía, con los avances sobre estas áreas desde la década de 1970, hubo articulaciones regionales y ayudas institucionales que fortalecieron resistencias comunitarias. “Fondos de pasto” pasó a designar no sólo las áreas más los grupos que las defendieron, ya que de ellas dependían. El término fondo de pasto, antes regional, fue generalizado en el estado, principalmente después de su citación en la constitución de Bahia. La acumulación de fuerzas y el reconocimiento de estos grupos sociales como población tradicional caminaron en paralelo. Los fondos de pasto fueran inventados como tradición, estrategia y oportunidad que fortificaron la capacidad de proteger el dominio sobre la tierra ocupada. La fuerza desarrollada por la categoría atrae toda la diversidad de comunidades que hacen uso comunal de tierras en Bahía. Hay una diversidad bajo una unidad supuestamente homogénea de comunidades. El movimiento, el Estado y las instituciones cercanas llegan en soluciones que no se aplican a la realidad. Las imágenes obscurecen la realidad y las prácticas y los discursos producidos desde estas imágenes logran autonomizarse. La sostenibilidad, más allá de ser un mero término incorporado al discurso, puede contribuir con las lecturas de la insostenibilidad. La sostenibilidad se podría percibir como un cordero-ciervo, un cero filosófico que facilitaría la construcción colectiva de una imagen aún no formulada, aunque producida desde fragmentos del sentido común de lo qué se entiende como sostenibilidad. La construcción de nuevas imágenes, de nuevos discursos y prácticas no ocurre en el vacío, el colectivo de los fondos de pasto se puede imaginar como sociedad sostenible desde un magma de significaciones sociales propio. Para que eso sea posible es necesario desarrollar la capacidad colectiva de diluir las imágenes endurecidas en los discursos y prácticas. Esta construcción se dificulta por la acomodación con las imágenes usadas. A pesar del malestar frente la inadecuación de las soluciones producidas a partir de ellas. La posibilidad de la institución imaginaria de los fondos de pasto como sociedad sostenible se queda latente mientras las fuerzas de la insostenibilidad avanzan. pt_BR
dc.description.abstract The “fundos de pasto” were unfenced areas in Caatinga biome, used for common grazing. This land use pattern, primarily found in all Brazilian northeast region, has been gradually destroyed in a process similar to the English enclosures. In Bahia, due to land robbery in 1970 decade, several regional articulations and institutional support strengthened community resistance. Since then “Fundo de pasto” named not only the unfenced areas but all the social groups that stood for it, as long as they depended on this land. The term “fundo de pasto”, of regional use, has been generalized all over the state, mainly because its citation on the constitution of Bahia. The recognition as traditional population and the strengthening of those groups walked side by side. “Fundos de pasto” were invented as a tradition, an strategy and opportunity which raised their capacity to protect the land against robbery. This strength attracted different communities which use land in a communal pattern in Bahia. A wide diversity seek shelter under a unity false presented as homogeneous communities. The social movement, the State and the institutions which support them formulate projects that do not apply to reality. The images cloud the comprehension of the reality, the social practices and discourses produced up to this images go further regardless its inadequacy. Sustainability, besides being a term incorporated to discourses, is helpful to guide the analysis of unsustainability. Nevertheless, sustainability should be seen as a “goat-deer”, a philosophical zero that might help the collective design of a yet unknown image of sustainability, even taking fragments of the common sense of sustainability. The design of new images, new discourses and practices does not take place in “nowhere land”, the collective of “fundos de pasto” can imagine itself as a sustainable society from its own magma of social significations. Although they must build their capacity to melt harden images present on the current discourses and practices. Despite the perception of inadequacy of the solutions brought since this false images there is an accommodation with this whole situation. The possibility of an imaginary institution of “fundos de pasto” as sustainable society remains latent and in the meanwhile the drive forces of unsustainability go further and further. pt_BR
dc.description.abstract I terreni da pascolo erano soltanto aree non recintate di Caatinga, utilizzate per pascoli comunale. Questo genere di occupazione che si è sviluppato in tutto il semi arido della regione nord-est brasiliana è stato progressivamente usurpato in un processo simile ai enclousures inglesi. Nello stato della Bahia, con gli avanzi su queste aree, a partire dalla decada di 1970, ci sono stati articolazioni regionali ed appoggi istituzionali che hanno stimolato resistenze diverse. “Terreni da pascolo” passò a designare non solo le aree, ma anche i gruppi sociali che gli difendevano perche da loro dipendevano. Il termine terreni da pascolo, prima regionale, si generalizzò per tutto lo stato, principalmente dopo la sua citazione nella costituzione dello Stato della Bahia. I processi di accumulo di forze e di riconoscimento di questi gruppi sociali come popolazione tradizionale caminarono parallelamente. Terreni da pascolo furono inventati come tradizione, strategia e opportunità che fortificarono la capacità di proteggere il dominio sulla terra occupata. La forza sviluppata dalla categoria attrae tutta la diversità di comunità che fanno uso comunale della terra nella Bahia. C’è una diversità che si proteggi sotto una unità pretesamente omogenea di comunità coese. Movimento, Stato ed istituzioni equivalenti portano soluzioni non applicabili alla realtà. Le immagini offuscano la realtà e le pratiche e discorsi da loro prodotti acquistano autonomia. La sostenibilità, oltre ad essere un termine meramente incorporato al discorso, può contribuire per orientare letture della insostenibilità. La sostenibilità potrebbe essere percepita come un caprone-cervo, un zero filosofico che facilita la costruzione collettiva d’una immagine ancora non formulata, anche se si inizi di frammenti da quello inteso come sostenibilità. La costruzione di nuove immagini, nuovi discorsi e nuove pratiche non accade nel vuoto, il collettivo dei terreni da pascolo può immaginarsi come società sostentabile a partire da un magma di significati propri. Pertanto, la capacità di diluire le immagini irrigidite, i discorsi e le pratiche salvatrici esigerebbero nuovi impegni collettivi. Questa costruzione è ostacolata dalla sistemazione con le immagini vigenti, nonostante il malessere davanti alla flagrante inadeguatezza delle stesse e delle soluzioni da loro prodotti. La possibilità della istituzione immaginaria dei terreni da pascolo come società sostenibile rimane latente mentre le forze della insostenibilità si spostano. pt_BR
dc.description.abstract Le terme “fundos de pastos” (fonds de pâturage) désignait les zones qui n’étaient pas entourées de Caatinga, utilisées pour le pâturage communal. Ce modèle d’occupation qui se développa dans tout la partie semi-aride du “Nordeste” brésilien, fut progressivement usurpé selon un processus semblable aux enclousures d’Angleterre. Dans l’état de Bahia, l’avancé vers ces zones, à partir des années 1970, engendra une série d’articulations régionales et de supports institutionnels qui stimulèrent des résistances diverses. Le terme passa a désigner pas seulement ces zones là, mais les groupes sociaux qui les soutenaient et qui en étaient dépendants. Le terme, jusqu’alors régional, se généralisa à tout l’état de Bahia, principalement après sa citation dans la constitution de Bahia. Les processus d’accumulation de forces et de reconnaissance de ces groupes sociaux en tant que population traditionnelle se développèrent parallèlement. Les fonds de pâturage furent inventés comme tradition, stratégie et opportunité qui renforcèrent la capacité de protéger la domination de la terre occupée. La force développée par ce groupe social attire toute la diversité de communautés que ont une utilisation commune de la terre à Bahia. Il y a une diversité qui s’abrite sous une unité qui se prétend homogène de communautés “sertanejas” rassemblées qui élèvent des caprins. Le mouvement, l’État et les institutions apportent des solutions qui ne s’appliquent point à la réalité. Les images obscurcissent la réalité et les pratiques, et des discours produits à partir de ces images s’autonomisent. La durabilité, en plus d’être un terme simplement incorporé au discours, peut contribuer pour orienter des lectures du «chèvre-serf», un zéro philosophique qui facilite la construction collective d’une image encore pas formulée, même si les fragments de ce qu’on comprend en tant que durabilité sont le point de départ. La construction de nouvelles images, nouveaux discours et nouvelles pratiques n’a pas lieu dans le néant; le collectif des fonds de pâturage peut s’imaginer en tant qu’une société durable à partir d’un magma de significations propre. Ainsi, la capacité de diluer les images rigidifiées, les discours et les pratiques sauveurs exigeraient de nouveaux efforts collectifs. Cette construction est difficile à cause d’un conformisme avec les images hégémoniques, malgré le malaise face aux inadéquations flagrantes des mêmes et des solutions produites à partir de celles-ci. La possibilité de l’institution imaginaire des fonds de pâturage en tant que société durable reste latente pendant que les forces des pratiques insoutenables progressent. pt_BR
dc.format 484 folhas pt_BR
dc.language.iso pt_BR pt_BR
dc.publisher Centro de Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília pt_BR
dc.subject.classification Ciências Florestais::Manejo florestal::Política e legislação florestal pt_BR
dc.subject.classification Ciências Florestais::Meio ambiente::Gestão ambiental pt_BR
dc.title Entre a invenção da tradição e a imaginação da sociedade sustentável: estudo de caso dos fundos de pasto na Bahia pt_BR
dc.type Tese pt_BR

Arquivos deste item

Arquivos Tamanho Formato Visualização
Tese_Luiz Antonio Ferraro Júnior.pdf 3.342Mb application/pdf Visualizar/Abrir ou Pre-visualizar

Este item aparece na(s) seguinte(s) coleção(s)

Mostrar registro simples

Buscar em toda a Biblioteca


Sobre a Biblioteca Florestal

Navegar

Minha conta