Atlas das áreas susceptíveis à desertificação do Brasil

Abstract

As Áreas Susceptíveis à Desertificação no Brasil abrangem o trópico semi-árido, sub-úmido seco e áreas de entorno ocupando cerca de 1.340.000 km2 e atingindo diretamente 30 milhões de pessoas. Desse total, 180.000 km2 já se encontram em processo grave e muito grave de desertificação, concentrados principalmente nos estados do Nordeste, que têm 55,25% do seu território atingido em diferentes graus de deterioração ambiental. Processo de causas naturais e antrópicas, a degradação das terras e a desertificação trazem consigo consequências dramáticas e, em muitos casos, de difícil recuperação, gerando altíssimos custos sociais, econômicos e ambientais. Esse atlas é um reflexo do esforço concretizado em prol do combate à desertificação e mitigação dos efeitos da seca, primariamente discutido em 2004 com o lançamento do programa PAN-Brasil. São 66 mapas que traçam o perfil ambiental, produtivo e demográfico dessa região que engloba os nove Estados do Nordeste, Espírito Santo e Minas Gerais, acompanhados cada um por um compreensivo texto interpretativo que possibilita acesso a um amplo público. Faz-se notável a viabilidade dos ambientes naturais – das caraterísticas climáticas, pedológicas e de vegetação – e antropizados, o avanço das fronteiras produtivas e, infelizmente, os baixos índices relacionados ao desenvolvimento humano que ainda se concentram na região. A abrangente base de informação que nos traz, coletada junto a diversos Ministérios, órgãos e instituições públicas e bibliografia especializada, reúne uma série de tópicos essenciais para o melhor entendimento de como o processo de desertificação nos atinge, permitindo análises mais acuradas, atualizadas e transversais sobre causas e consequências e lançando as bases para a formulação de políticas públicas que tratem de forma cada vez mais efetiva a problemática da desertificação. João Bosco Senra / Secretário de recursos Hídricos (SRH - MMA); Ingo Melchers / Coordenador do componente Combate à Desertificação do Programa Nordeste da GTZ.